Thursday, September 09, 2010

Poesia na Rua - Cacela Velha, 17 e 18 de Setembro




Poesia na rua
17 e 18 Setembro em Cacela Velha


Em Setembro Cacela Velha celebra a poesia. Tendo como ponto de partida a herança poética de Ibn Darraj al-Qastalli, natural de Cacela onde nasceu em 958, bem como de outros poetas que escreveram sobre Cacela Velha ou aqui viveram (Abû al-‘Abdarî, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, Teresa Rita Lopes, Adolfo C. Gago), “Poesia na rua” constituir-se-á essencialmente como um grande momento cultural em redor das palavras escritas ou ditas em voz alta, mas também de animação, de festa e de partilhas.

Jogos poético-populares
Actividades infantis
Experiências de escrita criativa
Animação de rua
Apresentação de livros
Leitura de poemas
Conversas ao pôr-do-sol
Concertos
Com a presença de muitos poetas
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Apareça e traga um poema consigo, para pendurar no nosso estendal da poesia, para lançar à ria num barquinho de papel ou partilhar com os amigos!
Esperamos por si!

Tuesday, September 07, 2010

"A praga da tradição oral" - Conversa orientada por Carlos Nogueira, com a presença de habitantes de Monte Gordo


Realiza-se no próximo dia 12 de Setembro em Cacela Velha (entre a Igreja e a Fortaleza), pelas 19 horas, a conversa “A praga da tradição oral” orientada por Carlos Nogueira e com a presença de habitantes de Monte Gordo, onde a tradição se mantém ainda viva.

Sobre a praga da tradição oral

Deveremos bendizer ou maldizer a “praga”, esse texto que toda a gente diz, mesmo que não o admita? Deveremos cultivá-la ou evitá-la? Talvez se deva começar por olhar para a “praga” sem preconceitos; se o fizermos, estaremos a olhar para nós e a compreender-nos melhor.

A “praga”, tal como a conhecemos hoje, é sobretudo um texto que cada um diz de si para si. Costumamos ver na “praga” apenas ressentimento e má-fé, maldade; mas a “praga”, enquanto texto que visa destruir alguém ou alguma entidade, também pacifica e evita equívocos e males maiores.

A “praga” é, ou pode ser, um texto de conhecimento do eu e do outro.


Exemplos de pragas recolhidas em Monte Gordo e na Fuzeta por Luciano Rodrigues (in Revista da ADIPACNA, nº3, 1981)

. Permita Deus que fiques tão magro, tão magro, que possas passar pelo fundo de uma agulha de braços abertos.
. Havia ela de apanhar tanto sol que até se derretesse e fosse preciso apanhá-la às colheres como à banha.
. Não sabia nascer-te um treçolho tão grande, tão grande, que até encobrisse o sol!
. Permita Deus que tenhas de andar tanto que gastes os pés e as pernas até à cintura.



A conversa integra-se no Ciclo “Palavras sobre a ria”. Palavras sobre a ria: como no tempo em que as pessoas se juntavam na rua, vagarosamente, para falar das coisas do mundo... É isso que procuramos recuperar: conversas que juntem memórias e reflexões sobre o futuro, sobre o que perdemos e ganhámos, sobre o que nunca será possível perder por um dia nos ter pertencido.

Aos domingos, pelo final da tarde, com os areais e as águas da península de Cacela a servir de fundo, regressam as Palavras sobre a Ria: para se falar de camaleões, de tradições orais ou de cabanas de pescadores; entre arquitecturas efémeras, conservação da natureza ou patrimónios que teimam em permanecer vivos. É esse, mais uma vez, o convite: conversarmos sobre as coisas do mundo.

Organização
Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

Participe! Esperamos por si!