Em Julho, Cacela Velha celebra novamente a poesia. Tendo como ponto de partida a herança poética de Ibn Darraj al-Qastalli, poeta natural de Cacela (onde nasceu em 958), bem como de outros poetas que escreveram sobre Cacela Velha ou aqui viveram (Abu al-Abdari; Sophia de Mello Breyner Andresen; Eugénio de Andrade, Teresa Rita Lopes, Adolfo C. Gago), a "Poesia na Rua" constituir-se-á essencialmente como um grande momento cultural em torno das palavras escritas ou ditas em voz alta, mas também de animação, de festa e de partilhas.
Wednesday, June 29, 2011
Poesia na Rua
Em Julho, Cacela Velha celebra novamente a poesia. Tendo como ponto de partida a herança poética de Ibn Darraj al-Qastalli, poeta natural de Cacela (onde nasceu em 958), bem como de outros poetas que escreveram sobre Cacela Velha ou aqui viveram (Abu al-Abdari; Sophia de Mello Breyner Andresen; Eugénio de Andrade, Teresa Rita Lopes, Adolfo C. Gago), a "Poesia na Rua" constituir-se-á essencialmente como um grande momento cultural em torno das palavras escritas ou ditas em voz alta, mas também de animação, de festa e de partilhas.
Wednesday, June 15, 2011
Solstício de Verão no túmulo megalítico de Santa Rita
Com “O Espectáculo - Uma Ópera Grelhada”
21 Junho, 21.30
Um lugar mágico. Uma intervenção patrimonial.
Escavações arqueológicas recentes, promovidas pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António em 2007 e 2008, no túmulo pré-histórico de Santa Rita, o melhor preservado dos que se conhecem na zona de Cacela, revelaram um monumento singular de elevado valor patrimonial e histórico com 5 mil anos, constituído por câmara funerária (onde se identificaram os restos ósseos dos antepassados e as oferendas votivas que os acompanhavam na última “viagem”) a que se acedia por um longo corredor.
Orientado a nascente, virado para o horizonte onde nascem os astros (o sol, a lua e as estrelas), o túmulo revela a celebração de uma ordem cósmica que regula os ciclos de nascimento, morte e renascimento da natureza e do próprio homem.
A memória revisitada
É neste cenário de um milenar túmulo megalítico - lugar de culto onde se guarda a memória dos antepassados -, situado nas imediações da histórica aldeia de Santa Rita, a alguns quilómetros de Vila Real de Santo António que, 5 mil anos depois, na noite prodigiosa do solstício de Verão, quando se celebra o apogeu da força, calor e poder fecundante do sol, na continuidade de antigos cultos ligados à fertilidade, a memória do lugar será revisitada abrindo-se a novas leituras, com “O Espectáculo – Uma Ópera Grelhada”.
Sinopse do espectáculo
No Túmulo Megalítico de Santa Rita, apresenta-se “O Espectáculo” – Uma Ópera Grelhada, idealizado pelo pintor Fernando Pinheiro e em colaboração com o músico e compositor Zé Eduardo. É o convite de um pintor a um músico para pôr uma exposição a falar; e é também a história de cinco personagens: tendo como som de fundo o canto dos Passarinhos, um Pintor, uma Japonesa, um Músico, uma Voz e um Técnico de Som, procuram dialogar, com a ajuda de duas lanternas, sentados nos destroços de um helicóptero à entrada de um Túmulo……..uma sequência de quatro repete-se vinte vezes, criando um ambiente algo paranóico e em circuito fechado: o Pintor procurando controlar uma “bolinha vermelha” e olhando para o Músico que inicia assim a sua improvisação em colaboração com a Voz e o Técnico de Som; o Músico que por sua vez olhando para o Pintor convida-o a iniciar o texto; por último a Japonesa é convidada a iniciar o seu canto; e assim sucessivamente…..e o Pintor e o Músico descobrem então que tinham ficado anos e anos a pintar e a tocar em cima do que tinha restado da famosa máquina voadora, e…..tudo isto numa grande confusão cenográfica onde se procura relacionar uma série de objectos dispares; no último plano uma pintura de grandes dimensões a preto e branco e com algumas zonas coloridas.
Concepção do espectáculo, cenário, texto, narrador: Fernando Pinheiro.
Direcção musical, teclados e contrabaixo: Zé Eduardo.
Voz e texto: Masako Hosono.
Voz: Inês Barroca.
Técnico de som e efeitos: Zé Jesus.
21 Junho, 21.30
Ponto de encontro: às 21h00 na Ermida de Santa Rita (Long.7º34’18,56’’O/ Lat.37º10’47,00’’N)
Prova de vinhos regionais na venda de Santa Rita, seguida de trajecto a pé acompanhado até ao túmulo megalítico. Será disponibilizada viatura municipal para pessoas com mobilidade reduzida.
Lotação Limitada Entradas gratuitas
Organização
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
Apoio
Associação Grémio das Músicas
Sunday, June 12, 2011
Palavras sobre a Ria - "Cavalos marinhos na Ria Formosa" [Cacela Velha, 16 Junho, 18h00]
Com Jorge Palma do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve
Cacela Velha (entre a Igreja e a Fortaleza), 16 de Junho às 18h
Continuam em Cacela Velha ao final da tarde, com os areais e as águas da península de Cacela a servir de fundo, as “Palavras sobre a ria”, uma organização da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António / Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela.
No próximo dia 16 de Junho (quinta-feira), pelas 18 horas, Cacela Velha recebe Jorge Palma do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve para uma conversa sobre “Cavalos marinhos na Ria Formosa”.
Devido à sua morfologia particular, os cavalos-marinhos eram tidos na antiguidade como criaturas míticas, geradoras de lendas fantásticas. Este misticismo envolvente gerou em muitos povos, a crença de que estes animais possuíam qualidades mágicas e medicinais, facto que desde sempre contribuiu para a sua procura e comercialização. Esta procura e consequente captura, é também ela facilitada pelo facto de todas as espécies de cavalos marinhos conhecidas, habitarem zonas costeiras de baixa profundidade. Paralelamente, é também nestas zonas, que a acção humana mais se faz sentir, através de impactos negativos, directos e indirectos que contribuem para a redução das populações locais de cavalos-marinhos. Actualmente, as duas espécies de cavalos marinhos que ocorrem na Ria Formosa, encontram-se também elas sujeitas a fortes impactos antropogénicos, pelo que em prol não só da sua conservação, mas também da biodiversidade deste ecossistema marinho como um todo, urge que sejam tomadas medidas para a gestão e conservação deste património único em território nacional.
A conservação destas espécies é apenas viável, não só, através de um conhecimento profundo dos seus hábitos de vida, mas também, através da implementação de acções de monotorização das populações selvagens, da recuperação de habitats, de programas de reprodução em cativeiro e da identificação das fontes causadoras do seu decréscimo. Essas, são por isso, algumas das tarefas actualmente desenvolvidas por investigadores do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve com o propósito de elaborar planos viáveis de conservação das espécies de cavalos marinhos na Ria formosa.
Apareça!